Ter | 03.09.24
Morte e Renascimento
Boas Leituras
Rendo-me.
Deponho as armas. Dispo a armadura.
Nua e indefesa
desço ao abismo.
Buraco fundo e escuro.
Do chão, erguem-se fantasmas de dores antigas
que encontram feridas por sarar.
Das sombras, surgem memórias de medos
que reforçam o aperto no peito.
O tempo perde-se no ar frio
que me pica a pele.
Nua e indefesa,
rendo-me.
Entrego-me à escuridão.
E no silêncio, a minha Alma
preenche-se de sons doces e quentes.
Uma voz melodiosa que sussurra promessas de Amor.
O seu calor aquece-me de coragem.
Olho as dores, abraço as feridas.
Sou, agora, bálsamo.
Enfrento os medos, solto o aperto.
Sou, agora, porto seguro.
Vestida de amor próprio,
subo à superfície.
Nas minhas profundezas
encontrei a Luz que há em mim.