Adoro livros. Adoro ler livros. Adoro mergulhar nas suas histórias e fundir-me nelas. Adoro tudo o que está relacionado com livros. Até adoro estantes. Eu não sou eu se não tiver um livro para ler.
Adoro livros. Adoro ler livros. Adoro mergulhar nas suas histórias e fundir-me nelas. Adoro tudo o que está relacionado com livros. Até adoro estantes. Eu não sou eu se não tiver um livro para ler.
Rendo-me. Deponho as armas. Dispo a armadura. Nua e indefesa desço ao abismo. Buraco fundo e escuro. Do chão, erguem-se fantasmas de dores antigas que encontram feridas por sarar. Das sombras, surgem memórias de medos que reforçam o aperto no peito. O tempo perde-se no ar frio que me pica a pele. Nua e indefesa, rendo-me. Entrego-me à escuridão. E no silêncio, a minha Alma preenche-se de sons doces e quentes. Uma voz melodiosa que sussurra promessas de Amor. O seu calor aquece-me de (...)
Um sonho pulsa na palma da sua mão. Uma luz brilhante, leve, doce. Na quietude da noite, ela sente o seu calor fluir para dentro de si. É um bálsamo para a sua alma entorpecida. Todas as noites, com o sonho na palma da sua mão, ela acrescenta-lhe uma cor, um cheiro, um toque. Um sabor, uma nota. Enriquecendo-o, nutrindo-o. No seu sonho, a sua vida é colorida, perfumada, quente. É picante, tem melodia. É um sonho tão rico em pormenores, tão vívido, que ela quase se sente a (...)
O Mundo bem poderia ser Paraíso. Se nos lembrássemos, se escutássemos a bela melodia que toca eterna dentro do nosso coração. Bem lá no meio de um oceano infinito, há uma ilha remota, isolada e verdejante. Uma ilha de beleza inimaginável. Um lugar de magia. Berço de Luz. Estrelas enchem o céu noturno e uma brisa, límpida e amena, sopra tranquila. Ela caminha descalça por entre as árvores. O tapete de erva é macio sob os seus pés e os seus longos cabelos brancos caem-lhe (...)
À noite no jardim, sob as estrelas, ela sonhava. Sonhava com a beleza suave e perfumada do jasmim. Sonhava com a força acolhedora do velho chorão. Com a liberdade selvagem e profunda do mar. Com a luz mágica e misteriosa da lua. Ali, enquanto dormia num leito verdejante sob um dossel de infinitas estrelas, tudo era maravilhosamente perfeito. Sonhava como seria se ela própria fosse feita dessa matéria etérea e sagrada. Sonhava como seria acreditar naquela voz sábia que canta melodia (...)
Envolve-me no teu manto, nesse teu calor reconfortante que é a fé. Deixa que esse calor me abraçasse, me conforte, me aqueça. Envolve-me no teu manto e deixa que esse calor me preencha de fé. De fé em mim, de fé na vida. Que esse teu calor afaste a mão fria do medo que me prende, que me aprisiona neste inverno sem fim. Quero sentir na pele a brisa perfumada da primavera. Quero dançar sob as estrelas nas noites quentes de verão. Vem, envolve-me nesse teu manto de fé e serei livre.
No topo do mundo uma mulher contempla a vasta imensidão a seus pés. Montada na Fé, seu cavalo alado, ela dá graças à Vida. Vestida com o pó dos sonhos ela celebra a Vida. Com os longos cabelos claros entrançados com fios de magia ela sabe os mistérios da Vida. Tem dentro de si a sabedoria da Lua a iluminar-lhe a Alma. O fogo selvagem do Sol corre-lhe nas veias. No topo do mundo ela sente o pulsar da Terra reverberar no seu próprio Coração. No topo do mundo ela ouve o chamado e (...)
Na pequena floresta há um jardim guardado por um grande chorão. No centro, uma gaiola ornamenta aquele lugar bucólico e idílico. Entrançados de coloridas flores e folhas verdes envolvem o ferro forjado pintado de dourado. A porta está aberta. Lá dentro, uma mulher abraça as pernas encostada à grade fria. Tem, no olhar, o brilho dos sonhos, o desejo de liberdade. Na mente, o medo sussurra palavras melífluas. A porta está aberta. Sempre esteve aberta mas o medo, ah o medo!, esse (...)
Caminho pela vida qual deserto árido. Paisagens ressequidas onde já nada brota nem floresce. A armadura que carrego sufoca-me sob o sol abrasador. Anseio por algo que me sacie a sede, algo que me refresque a pele. Anseio por algo que me desperte a alma. Quero flutuar pela vida como uma folha levada pelo vento. Sem peso, sem bagagem, sem apego. Livre para lançar à terra as sementes de uma nova vida. Paisagens viçosas onde possa caminhar descalça vestida apenas de mim mesma.
Falas-me de fé como se fosse coisa fácil. Dizes-me que fé é caminhar no escuro e chegar ao destino. E se eu me perder? Dizes-me que fé é saltar das alturas sabendo que nascerão asas. E se eu cair? Dizes-me que fé é amar incondicionalmente. E se eu me magoar? Dizes-me que fé é dizer até já. E se eu não voltar? Falas-me de fé como se fosse coisa fácil. Talvez fé seja tudo isso. Talvez fé seja seguir o coração de mãos dadas com o medo.